A física Iara Ramos, aluna de doutorado da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), participou da primeira Escola de Biologia Quântica promovida pela Ciência Pioneira em agosto de 2025 com um propósito claro em mente: conhecer profissionais de diferentes áreas para gerar novas colaborações e conhecimentos.
O evento propôs uma imersão multidisciplinar de sete dias em Paraty, cidade histórica localizada no Rio de Janeiro, com uma sequência de aulas ministradas por professores referências em suas áreas, seminários internacionais, apresentação de pôsteres e sessões de networking entre alunos, professores e palestrantes.
Durante essa vivência, Iara conheceu Clarice Aiello, fundadora do Quantum Biology Institute e uma das especialistas presentes na programação. Meses depois, Aiello a convidou para liderar um grupo de pesquisadores da América do Sul no primeiro Hackathon de Biologia Quântica realizado em Berlim, uma iniciativa do Instituto de Clarice em parceria com a Haus der Kulturen der Welt.
A Ciência Pioneira conversou com a jovem cientista para entender o impacto das conexões para a ciência, os bastidores das experiências que viveu e suas expectativas para a Biologia Quântica.
O início: Escola de Biologia Quântica
Quando se inscreveu para a Escola de Biologia Quântica, você imaginava que as conexões do evento iriam gerar novas possibilidades tão rápido?
Não imaginava! Foi tão surpreendente para mim, mas é justamente isso que torna a ciência interessante, porque as conexões podem e devem ser feitas sempre que possível.
Quando fui para a Escola de Biologia Quântica em Paraty, um dos meus principais objetivos era aprender com outros pesquisadores ferramentas e ideias que pudessem contribuir para aprimorar o meu trabalho, então, fazer networking foi muito importante para mim e para minha carreira.
O que acredita que poderia ser diferente se não tivesse participado da Escola de Biologia Quântica?
A Escola de Biologia Quântica foi extremamente crucial para mim como pesquisadora por me oferecer um grande vislumbre do que é networking.
Desta Escola estão surgindo tantos projetos bacanas e interessantes, como a possibilidade de um artigo publicado e outro que está começando a se desdobrar com o pessoal que participou do Hackathon.
Só tenho a agradecer a todos os organizadores e pensadores que sonharam com esta escola. Tenho certeza de que motivaram muitos jovens pesquisadores como eu. Esta parte que torna a ciência tão rica e bonita de se fazer!
Novas oportunidades do Brasil à Alemanha
Como foi receber o convite para liderar um grupo de pesquisa formado por sul-americanos no Hackathon de Biologia Quântica em Berlim?
Sinceramente, me senti com uma responsabilidade muito grande, porque fazer networking numa área tão nova para o Brasil não é um caminho fácil. Passei por diversos desafios para encontrar a equipe com quem trabalhei durante o evento.
Minha ideia agora é divulgar biologia quântica não só no Brasil, mas por toda América Latina, principalmente, para fortalecer os laços e nos colocar no mapa como um continente de referência nos avanços desta área.
A biologia quântica é uma área muito grande e que podemos fazer redes de pesquisadores de diversos campos e linhas de pesquisa. Acredito que este evento foi uma boa porta de entrada para que essas redes comecem a se formar cada vez mais.






O que você destacaria do evento na Alemanha?
Ensinar para pesquisadores de diferentes campos o que eu atualmente pesquiso e ser capaz de comunicar o projeto para pessoas que não são cientistas de uma maneira mais intuitiva. Esta forma de comunicar gera interesse nas pessoas, e criar isto, é uma forma de auxiliar a humanidade a entender a natureza sob diferentes perspectivas, inclusive a das ciências. É aproximar todas as comunidades mesmo com linguagens diferentes.
Conexões que promovem e futuro
Qual é o potencial das conexões e colaborações para a ciência?
É gigantesco, conexões e colaborações ajudam não só a fazer ciência com qualidade, mas fazer com rapidez, eficiência e precisão. É exatamente como alguns pesquisadores fazem: comparar resultados teóricos e experimentais.
Ciência é como um jogo que deixaram para a humanidade jogar, só venceremos se unirmos forças. A biologia quântica me dá exatamente a impressão de que estamos começando a ganhar o jogo que é entender a natureza.
Você é pernambucana, estuda no Sul do país e agora retorna ao Brasil depois de um evento na Europa. Como esses diferentes contextos te impactam como pesquisadora?
Eu fiquei muito feliz pelo convite porque eu sabia que ciência se faz desta forma, tendo a oportunidade de aprender com diferentes culturas, pessoas e pontos de vista. Esta experiência me permitiu aprender bastante e fiquei motivada a continuar minhas atividades de pesquisa no Brasil, com vontade de colaborar com outros pesquisadores.
Espero participar de outras oportunidades e gostaria de poder divulgar esta área e começar a formar novos pesquisadores que se sintam motivados a colaborar como eu fui.
Agradeço ao Ciência Pioneira, ao Quantum Biology Institute e a Haus der Kultur der Welt pelo convite e por terem colocado a ideia de eventos tão legais e relevantes para diferentes subáreas de pesquisa.
Qual mensagem você deixaria para os jovens?
Investigar e entender o mundo ao nosso redor é muito importante! Por isso, fazer ciência de fronteira é transformador quando encaramos as perguntas que precisamos responder como perguntas relevantes para melhorar a vida das pessoas neste mundo.
Ser pesquisador pode ser extremamente instigante e divertido, mesmo que às vezes nossa jornada seja estressante. Então continue pesquisando, colaborando, fazendo novas conexões.
Estejam abertos para as oportunidades, conversas e trocas entre diferentes áreas. É exatamente assim que surgem novas ideias, novas respostas e novas perguntas. Investigar faz parte de quem somos e valorizar isso por meio da pesquisa é extremamente crucial, porque nos entendemos melhor.
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