Por Rosiane Chanquini, Gerente de Eventos e Comunidade da Ciência Pioneira
O termo “comunidade” muitas vezes gera curiosidade quando aplicado no contexto corporativo. Naturalmente, as pessoas associam a palavra a algo informal, ou a comunidades de bairro e redes sociais, e não a uma função estratégica dentro de uma organização científica.
Comunidade significa colocar as pessoas no centro da estratégia, rompendo padrões tradicionais e valorizando o protagonismo coletivo. É criar um espaço onde as conexões acontecem de forma natural e leve, onde o conhecimento flui em várias direções e o aprendizado se torna uma experiência viva e mútua.
Essa visão ganhou forma na primeira Escola de Biologia Quântica, uma iniciativa que nasceu com o propósito de construir conhecimento em rede e promover o encontro entre diferentes gerações de cientistas. Ali, a comunidade não é apenas um conceito, é uma prática cotidiana, vivida na troca entre professores, palestrantes e estudantes.
Durante a Escola, construímos, juntos, uma experiência única e inesquecível. A presença de cientistas renomados e o diálogo com jovens pesquisadores trouxeram uma riqueza especial: o compartilhamento generoso de saberes e o intercâmbio genuíno de perspectivas mostraram que o aprendizado se renova quando há abertura e colaboração.
Nos bastidores, foram 18 meses de preparação intensa, marcados por planejamento, organização, decisões compartilhadas e leveza, mesmo diante das incertezas e dos desafios naturais de um projeto dessa dimensão. O comitê organizador – formato por Marcelo Sousa, Pedro Alvarez, Matheus Araña e por mim – atuou de forma colaborativa, guiado pelo entusiasmo e comprometimento que caracterizam a Ciência Pioneira. Esse ambiente positivo se refletiu diretamente na energia e na qualidade da experiência vivida durante a Escola.
Em uma área tão nova e ousada, construir comunidade é mais do que reunir pessoas: é criar um ambiente fértil de possibilidades, onde ciência e convivência se encontram. Acreditamos que a inovação nasce do diálogo, seja em uma conversa interdisciplinar, em risadas no café ou em trocas espontâneas entre mentes curiosas. Às vezes, até de um passeio de barco por Paraty.
A Escola de Biologia Quântica promoveu aulas que integraram física quântica e biologia, com professores de diferentes áreas, para oferecer aos estudantes novas formas de compreender seus próprios campos de atuação. O desafio era ampliar as trocas para além da sala de aula, e foi exatamente isso que conquistamos.
A Ciência Pioneira acredita que criar conexões é tão importante quanto gerar conhecimento e, para fortalecê-las, promovemos atividades exclusivas que ampliaram o aprendizado e estimularam vínculos genuínos:
• Science Talk – bate papo entre alunos e palestrantes internacionais
• Deu Match – encontro descontraído de trocas entre professores e alunos
• Café Mulheres da Ciência – um espaço de diálogo e reflexão sobre a participação das mulheres na ciência
A Escola também expandiu sua comunidade para além do evento. Realizamos um projeto social que aproximou cientistas de centenas de alunos do ensino médio em duas escolas públicas de Paraty, despertando a curiosidade científica e o desejo de enxergar a ciência como um caminho possível para o futuro.
Além disso, firmamos uma parceria com o projeto Carbono Vivo na plantação de árvores para compensar o carbono emitido pelo evento, reafirmando nosso compromisso com a sustentabilidade.
Este é o papel da área de Comunidade da Ciência Pioneira, uma iniciativa que valoriza fortalecer vínculos, estimular o engajamento coletivo e promover a colaboração entre pessoas comprometidas em transformar a ciência. Porque, no fim das contas, a ciência é feita de pessoas, e quando elas se unem com propósito, respeito e curiosidade genuína, a comunidade se torna uma força viva de transformação.
Confira como foi a primeira Escola de Biologia Quântica da Ciência Pioneira
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